segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Govinda Das para Yoga Journal



Vale a pena conferir o que Govinda Das fala sobre Yoga,

 Sadhana, espiritualidade ...

Ele diz que no Yoga, só vai ficar quem está incluído com o seu verdadeiro

 propósito. E isso é muito, muito positivo (eu acho! :) )



O link do site: Yoga Journal
Namastê! Boa leitura e bom proveito!

(Mandala retirada do site: http://sathyasaibaba.wordpress.com/2009/08/03/fire-darshan-bliss-mandalas/)

-ElisandraBS- 



No tapetinho com... Govinda.


Saiba um pouco mais da vida de Govinda
Por: Thays Biasetti

YJ: Como você enxerga o Yoga hoje em dia?
Govinda: O Yoga, vendo por pela astrologia védica

esta em um período de mudanças aqui no Brasil.

Eu acredito filosoficamente que é para melhor.

Vamos dizer que aquele "boom" do yoga,

aquele modismo acabou.

Agora vai ficar quem está incluído com a ideologia com o verdadeiro

propósito do yoga.

YJ: Você acredita que essa mudança tem um pouco a ver com 
essa historia de 2012?
Govinda: Sem duvida.

Já estamos vendo sinais e quem tiver olhos verá.

O mundo não vai acabar, como no filme "2012”.

Mas não dá mais para viver como se vive; a terra,

que nos Vedas é uma Devi,

é uma Deusa mesmo e ela não aguenta mais.

Nós não podemos continuar vivendo do jeito que estamos.

Então, esses três anos, 2011, 2012 e 2013 serão decisivos.

YJ: E as pessoas que ainda não estão preparadas pra isso,

podem começar a se preparar agora?
Govinda: O tempo está ai. Já houve o chamado e está tendo o chamado,

então ainda tem tempo, sem dúvidas.

YJ: A gente vai mudar de Era.

Gostaria que você explicasse isso pra gente. Iremos mudar de tempos?
Govinda: Não. Vedicamente eu sigo os “SHASTRAS"

então tudo tem embasamento dos "SHASTRAS",

dos Gurus, das pessoas santas da Índia, que é o que eu sigo.

Kalyuga, que é essa época que estamos vivendo, dura 432 mil anos,

dos quais 530 anos já se passaram.

Então nós estamos no período bom de Kalyuga,

estamos em um período dourado, ou seja,

estão havendo muitos acontecimentos

e existe uma energia espiritual muito forte que as pessoas devem aproveitar.

YJ: Você acredita que se não mudarmos, o mundo acaba?
Govinda: Mesmo com todo o avanço tecnológico,

de facilidade, de informática, de comunicação, de globalização,

existe uma insatisfação no mundo muito maior que antigamente.
As pessoas, mesmo com todas essas facilidades materiais e conforto,

estão tomando antidepressivo, estão sofrendo.
Apesar de toda a tecnologia, existe uma insatisfação enorme
e a causa disso é a falta de espiritualidade.

O tema principal não é o Ser, é o Ter.
Em vez de a pessoa Ser a pessoa, ela está mais preocupada em Ter...

“Eu tenho isso, eu tenho aquilo”, e a essência está sendo esquecida.
Então tudo isso são sintomas do mundo de insatisfação.
No universo existem as vibrações eletromagnéticas

que também causam muita instabilidade mental; a gente não pode ver,
mas existem. Quantos bilhões de celulares e computadores existem

em São Paulo? Todas essas coisas eletromagnéticas somadas
a tudo o que falei como a própria insatisfação pessoal,
gera muita instabilidade, e isso precisa ser mudado.

Os Governantes não estão nem ai, o planeta está clamando,
várias pessoas falando em desenvolver consciência de sustentabilidade,

de proteção a natureza, mas para muitos isso é utopia,
principalmente para os líderes.

YJ: Agora vamos falar de como era a sua vida antes do Vedanta,

antes de você virar Brahmani.
Govinda: Eu sempre tive uma tendência religiosa.

Acho que a maioria das doutrinas filosóficas e espiritualistas se falam.

Somos agora o que fomos no passado,
e seremos no futuro fruto do que estamos fazendo agora;

é a lei kármica.
Então boa parte do que temos nós trazemos de vidas passadas.
Quando era criança, eu brincava de ser padre,

colecionava santinhos de papel;

lembro que tinha santinhos espalhados pela cama
de um lado e de outro, como se fosse à igreja, 
que você entra e tem um santo de um lado e de outro. 
Eu pegava a coberta e colocava como se fosse padre.
Até que com sete ou oito anos eu vi 
uma pessoa ser atropelada e morrer 
- eu passei e a pessoa estava esticada no asfalto -

e fiquei muito traumatizado; fiquei dois ou três dias sem dormir direito. 
Naquela época minha mãe me levou em uma rezadeira 
e comecei a perguntar, a questionar sobre o que 
acontecia depois da morte. Essencialmente eu comecei a indagar: 
Como é esse negócio de morte? 
O que acontece? A rezadeira falou que eu tinha uma mediunidade, 
uma sensibilidade.
Então isso foi um chamado, um chamado que os Vedas. 
Uma pessoa verdadeiramente inteligente, 
espiritualmente falando, indaga: 
De onde vim, porque estou aqui, pra onde vou? 
O corpo é como um trem e a alma é como o passageiro 
que está dentro do trem. Então, se você não indaga isso, 
é como subir num trem sem saber de onde ele veio, 
porque ele parou na estação e pra onde ele vai.
A partir dai eu tive essa indagação, 
fui coroinha da igreja de São João, 
em Campos, no estado do Rio de Janeiro. 
Depois, por quatro meses da minha vida eu fui evangélico, 
por seis meses da minha vida estudei para ser padre, 
enfim, havia muita dualidade em alguns conceitos.
Depois que deixei de ser evangélico, 
descobri a meditação transcendental, 
e isso bateu muito forte em mim. 
Comecei a estudar e fiz um pouco de Yoga 
com o professor Hermógenes no Rio. 
Encontrei os devotos Hare krishna por volta de 1977, 
e gostei da filosofia, achei muito interessante.
Depois de um tempo, entrei em um templo e fiquei por mais de 20 anos. 
Abri um centro de Cultura Védica em Campos, onde eu morava, 
e fui praticamente o fundador do convento Hare Krishna, 
que existe até hoje. 
Fiquei mais ou menos 20 anos como responsável por esse centro.

YJ: Você sente falta de alguma coisa que você fazia,

como comer carne,

por exemplo?
Govinda: Não. Eu sou vegetariano há mais de 30 anos. 
Quando fiz 30 anos de vegetariano parei de contar, 
então eu nem sei mais há quanto tempo eu sou vegetariano.

YJ: E não houve problema com a família?
Govinda: Não. A minha família sempre foi muito aberta comigo,

pois eu sempre tive um temperamento muito forte, 
quando eu cismo com algo é impossível tirar da minha cabeça. 
Quando me tornei devoto e raspei a cabeça, 
pensei que meu pai fosse falar alguma coisa e ele nem falou nada. 
Porque eu sempre tomei essas decisões e eles sempre 
viram como uma coisa boa.

YJ: O que mudou na sua vida depois de se tornar Hare Krishna?

Você percebeu alguma mudança logo de cara,

ou foi uma coisa em longo prazo?
Govinda: Foi muito rápido. 
Por exemplo, eu me intoxicava e parei de uma hora pra outra, 
nem os meus amigos acreditaram.

Eu era muito extrovertido, muito louco. Então com certeza 
se as pessoas praticarem a meditação, o Yoga, acreditarem no sadhana, 
as coisas acontecerão muito naturalmente. 
Isso é o que as escrituras sagradas da Índia, 
os Vedas falam: Você tem que ter um Shadana, 
mesmo que seja um pouquinho.
Pra você colocar água em um copo não precisa tirar o ar; 
você coloca a água e o ar sai naturalmente. Eu senti aquilo muito forte. 
Então o que ficou pra trás eu não senti muito 
e foi uma mudança radical na minha vida, 
uma mudança forte pra melhor. 
Como os Vedas falam, ninguém vive sem prazer, 
você troca um prazer inferior por um prazer superior.

YJ: E como foi se tornar um brahmani?
Govinda: Eu morei muito tempo em Ashram, 
no centro cultural em Campos, fiz muitas viagens à Índia, 
para reciclar, aprofundar conhecimentos, estudar. Os Gurus, mestres, swamis, devotos, os monges mais antigos vão te avaliando. 
Você tem provas de estudos e comportamento, e então você é iniciado um Brahmani.
As pessoas costumam falar: “Eu fui iniciado!” 
Iniciado, como o próprio nome diz, é uma cerimônia de iniciação, 
você está iniciando o caminho, mas muitos interpretam como o ápice. 
Se fosse o ápice, então o nome seria cerimônia de finalização 
e não de iniciação. Então ganhei o cordão que os Brahmanis usam e que não pode retirá-lo, você usa para vida toda, 
e periodicamente é trocado em cerimônias quando o cordão fica velho.

YJ: Qual é a coisa mais difícil nesse novo caminho?
Govinda: Esse é um caminho para a eternidade, com aprovações e obstáculos. O difícil é se estabilizar no plano de não deixar se envolver com o Maya. Se você não tem uma introspecção, uma pratica diária, é muito fácil você se desviar do caminho, principalmente nos dias de hoje. As propostas, o chamado, não é tarefa fácil.
Tudo na minha vida tem um contexto espiritual. Pra Deus tudo é espiritual. Para "ishvara" o Deus supremo, tudo é absoluto, tudo é espiritual. Então você tem que espiritualizar seu contexto material de vida. Os Vedas falam “o ferro em contato com o fogo, se torrna fogo". Se você espiritualiza mesmo as coisas materiais, a sua vida de torna espiritual. Porque os Vedas, de uma forma geral, falam que somente quatro coisas não podem ser conectadas com Deus: Intoxicação, matança de animais e violência, promiscuidade sexual e jogos de azar. Todo o restante pode se conectar com Deus.
O alimento você pode santificar, mantralizar, mas a carne, peixe e ovos não têm como. As pessoas querem lançar muitos argumentos para justificar o fato de comerem carne. Estou falando o que os Vedas falam, lá não tem justificativa para tal coisa, a única justificativa é se você estiver em um lugar morrendo de fome e não tiver nenhuma outra opção para se alimentar. Mas com a variedade de legumes e frutas que temos isso não pode ser espiritualizado.

YJ: Na prática, como que as pessoas podem fazer isso?

Espiritualizar tudo o que fazem?
Govinda: Centralizando em Deus. É como Krishna fala na Bhagava Gita: “Tudo o que você fizer, comer, falar, que faça isso como se fosse uma oferenda a mim”. Então você oferece os frutos de sua ação como uma oferenda a Deus. Enquanto você usar isso em prol da humanidade, está sendo espiritualizado, tudo isso é um trabalho espiritual.

YJ: Diga um sadhana que as pessoas possam fazer de manhã.
Govinda: De coração, eu peço que nesse momento de decisão, de reflexão, que as pessoas tenham uma busca espiritual e se fortaleçam o máximo que puder espiritualmente. Que as pessoas tirem o tempo que puder para fazer um mantra forte ou uma oração. Que tenham um altarzinho, um cantinho de oração, meditação, para que possa fazer a sua prática de Yoga e que faça isso diariamente. Que cantem o Mantra "Hare Krishna” para Kalyuga, pois segundo as Upanishads isso neutraliza os efeitos maléficos de Kalyuga.
Agradeço o trabalho da yoga Journal, que é realmente uma luz para ajudar o mundo.

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